No se passa nada.
Hester, uma espanhola que também viaja no Porto Eden, vai para o sul fazer alpinismo. Eu estou na zona mais alta do cargueiro sentado a olhar o caminho. O ar é frio mas quase não corre vento. Não acontece nada e o barco corta a água gelada. Depois da tempestade a bonança. Afinal sempre é verdade, coisa de que eu nunca duvidei. Em todas as direcções altas montanhas com os cumes cobertos de neve. O silencio é reinante e não há um único sinal de vida humana. Não existem aldeias, vestígios ou pegadas. Uma paz inimaginável trespassa as montanhas e desce até à águas dos canais patagónicos, autênticos lagos de leite. À excepção de algum albatroz que passa, e do barco, nada se move.
A água escura, preta, e sem ondas, deixa-se cortar, o barco passa e tudo fica como antes.
Passada a tormenta do Golfo de Penas, parece que o passado continua aqui, por entre os muros rochosos cobertos de gelo.
Diz-se que a Patagónia é o fim do mundo, o ponto mais austral. Mas é um erro. Aqui tudo está como no principio. Não é o fim, é o inico do mundo.
A água escura, preta, e sem ondas, deixa-se cortar, o barco passa e tudo fica como antes.
Passada a tormenta do Golfo de Penas, parece que o passado continua aqui, por entre os muros rochosos cobertos de gelo.
Diz-se que a Patagónia é o fim do mundo, o ponto mais austral. Mas é um erro. Aqui tudo está como no principio. Não é o fim, é o inico do mundo.
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