No momento em que escrevo, estou a bordo do cargueiro Porto Edén, vou para Puerto Natales, na Patagónia Chilena. Ao contrario do habitual, vou colocar este post online o mais depressa possível.
Viajar de barco, viagens longas, é engraçado. O mais engraçado é que, por mais chateado ou aborrecido que se possa estar, não se pode ir a lado nenhum, leve a viagem dias ou meses. Esta vai custar-me 4 dias de mar. Mas pelo menos, e ao contrario dos aviões, sempre se pode ir até ao convés respirar o ar marinho ou espreitar o frio da noite. A menos que se vá em direcção à Patagónia no fim do Inverno e lá fora o vento se assemelhe a navalhas afiadas atiradas de todos os lados a trespassar o corpo já de sí enfraquecido pela chuva, neve e gelo. Este é o meu caso. Ainda assim não resisto e, a curtos intervalos de tempo, visto o meu casaco à prova de furacões e as minhas luvas de busca arqueológica na neve, enrolo o cachecol no pescoço, subo o fecho do casaco por cima deste, enterro um gorro até ao pescoço, cubro-o com o capucho do casaco, e aqui vou eu para dez triunfantes minutos no meio dos elementos. E sinto-me finalmente um homem. Mas só até que olho a meu lado uma mulher da tripulação apenas com um casaco e o ar juvenil de quarentas anos vividos no mar, tranquilamente a fumar um cigarro e a gozar o tempo quente do fim do inverno. É então que olho para o termómetro e vejo que o mercúrio dança um pouco acima dos 0 graus. Eu vou para a Patagónia, estou ainda a poucas horas de Puerto Montt, de onde o barco zarpou, e estou por certo a gozar as minhas últimas horas de temperatura tropical antes de chegar ao verdadeiro frio da Patagónia, o ponto continental mais a sul do globo, e mais perto da Antárctida. Isto vai continuar.....
(como é lógico escrevi este post no maior conforto, no pequeno refeitório do cargueiro, a beber um chá bem quente e a comer um chocolate)
Viajar de barco, viagens longas, é engraçado. O mais engraçado é que, por mais chateado ou aborrecido que se possa estar, não se pode ir a lado nenhum, leve a viagem dias ou meses. Esta vai custar-me 4 dias de mar. Mas pelo menos, e ao contrario dos aviões, sempre se pode ir até ao convés respirar o ar marinho ou espreitar o frio da noite. A menos que se vá em direcção à Patagónia no fim do Inverno e lá fora o vento se assemelhe a navalhas afiadas atiradas de todos os lados a trespassar o corpo já de sí enfraquecido pela chuva, neve e gelo. Este é o meu caso. Ainda assim não resisto e, a curtos intervalos de tempo, visto o meu casaco à prova de furacões e as minhas luvas de busca arqueológica na neve, enrolo o cachecol no pescoço, subo o fecho do casaco por cima deste, enterro um gorro até ao pescoço, cubro-o com o capucho do casaco, e aqui vou eu para dez triunfantes minutos no meio dos elementos. E sinto-me finalmente um homem. Mas só até que olho a meu lado uma mulher da tripulação apenas com um casaco e o ar juvenil de quarentas anos vividos no mar, tranquilamente a fumar um cigarro e a gozar o tempo quente do fim do inverno. É então que olho para o termómetro e vejo que o mercúrio dança um pouco acima dos 0 graus. Eu vou para a Patagónia, estou ainda a poucas horas de Puerto Montt, de onde o barco zarpou, e estou por certo a gozar as minhas últimas horas de temperatura tropical antes de chegar ao verdadeiro frio da Patagónia, o ponto continental mais a sul do globo, e mais perto da Antárctida. Isto vai continuar.....
(como é lógico escrevi este post no maior conforto, no pequeno refeitório do cargueiro, a beber um chá bem quente e a comer um chocolate)
Chile, 4 de Setembro de 2007
1 comentário:
é lindo, lindo eu só queria estar aí ctg..
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